domingo, 29 de janeiro de 2012

imaginar é tramar uma surpresa

Criar ainda continua sendo a saída para uma cabeça cheia de sonhos. É o esforço que fazemos para transformar uma realidade. Descrever o que é dado e organizar o sentido. Uma insistente vontade de apontar formas, de dar nomes às coisas e diferenciar aquilo que ainda está misturado. Mostrando aquilo que ninguém até então tinha visto.
Mas toda criação começa com um sonho. Talvez com aquela pergunta: e se...? Não é por acaso que antes de criar o que a gente faz mesmo é imaginar.
Imaginar é tramar uma surpresa! É espanto que só nos alcança quando o sonhador generoso nos mostra o resultado dos seus devaneios. Sim! Por isso, então, que imaginar e criar estão totalmente entrelaçados! Porque aquele que cria faz de fato uma vitrine para mostrar a generosidade da sua imaginação, mas aquele que imagina não pode se completar sem antes realizar seus sonhos.
Sabendo dessa forma, suspeito que a tradução mais completa para esta palavra de oito letras seja esta: imaginar é dádiva de poder criar o inesperado. Tornar visível o que era apenas conceito. É a surpresa fotografada, o imprevisto desenhado na tela. É a tradução do som em cores, quando aquilo que era estático começa a se movimentar, quando a idéia ganha um nome, um lugar e um traço.
Imaginar é isso e também um tipo de sopro que movimenta a nossa realidade, fazendo balançar as folhas dessa árvore. Mas tenho quase certeza que essa dádiva seja mesmo alguma coisa que ainda nem o mais lúcido de nós imagina.

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